segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Em entrevista ao JN, Dilma defende câmbio flutuante e reforça compromisso com estabilidade macroeconômica

Monica TavaresBRASÍLIA - Em uma de suas primeiras entrevistas depois da eleição, a presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, disse, no Jornal Nacional da TV Globo, que há sinais de que o mundo vive uma guerra cambial e que o país vai estabelecer relações multilaterais para impedir práticas nocivas aos produtos nacionais como o dumping e políticas de desvalorização das moedas. Dilma defendeu, enfaticamente, um câmbio flutuante:
- Eu acho que o câmbio é flutuante. Manipular o câmbio já se revelou uma experiência ruim tanto para a Argentina quanto para nós - afirmou. - Eu tenho um compromisso forte com os pilares da estabilidade macroeconômica, com o câmbio flutuante. Nós temos hoje uma quantidade de reservas que nos permitem enfrentar qualquer guerra (cambial) ou desvalorizações de moedas.
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Dilma contou ainda que o presidente dos EUA, Barack Obama, conversou com ela nesta segunda-feira por telefone, quando a cumprimentou pela vitória e manifestou preocupação com a economia americana. A presidente afirmou que há uma preocupação mundial já que a economia de diversos países tem atravessado um momento difícil.
- Mas você não pode ganhar os seus ajustes nas costas do resto do mundo - disse ela.
Ao deixar o prédio da TV Globo em Brasília, Dilma Rousseff deu uma rápida entrevista. Ela foi perguntada que tipo de medida o futuro governo adotará para evitar dumpings. Ela respondeu, sem dar detalhes:
- Nada que produza marola ou crie confusões.
A presidente Dilma Rousseff também abordou o assunto em entrevista à TV Record, também à noite.
- Não é possível que ocorra aquele tipo de política que ocorreu na década de 30 e que se caracteriza pela desvalorização competitiva - observou, complementando: - Eu começo a desvalorizar, o outro país começa a desvalorizar e aí isso bloqueia o comércio e cria a guerra comercial.
Dilma, na TV Record, adiantou que também manterá o atual sistema de metas de inflação:
- Nós não brincaremos com a inflação, nós seremos um governo que terá, portanto, metas inflacionárias, da mesma forma que teve o governo Lula.

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